Ariane Leite e Miriam Lima
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O que Rebeca Andrade ensina ao médico sobre imagem e marca pessoal vai muito além da excelência técnica. Aos 25 anos, ela consolidou na França sua imagem autêntica, forte, inspiradora, celebrando o ouro na ginástica artística de solo, que se soma às outras três que recebeu em Paris, além daquelas conquistadas em Tóquio em 2021.
Em primeiro lugar, vale lembrar que uma marca pessoal forte é uma voz autêntica. E Rebeca Andrade traz essa autenticidade o tempo todo, mostrando não só seu valor real como atleta, mas o cuidado com sua imagem, suas falas, comportamento e declarações.
“Eu tenho total consciência da grandiosidade, da força da minha voz e tudo o que eu represento hoje”, disse antes das Olímpiadas da França, explicando que “é algo muito difícil de se ter e de se manter, então eu cuido com muito carinho, porque eu sei como isso é importante”
Cada um de nós é uma marca. E o que é marca pessoal? É o conjunto de pequenas e grandes ações que praticamos no dia a dia, seja na vida profissional ou pessoal.
“O que eu quero deixar para as pessoas quando eu partir? Quero deixar sorriso, leveza, não é só a vitória, mas a emoção das conquistas”. Quando Rebeca Andrade se faz essa pergunta, está falando, querendo ou não, de imagem e marca pessoal, pois sua reflexão é também sobre reputação e legado.
Não se constrói uma marca pessoal sem propósito, Isso, doutor (a), certamente é um ensinamento de Rebeca Andrade, que em entrevista ao site Meio e Mensagem, falou sobre a importância de porque ela faz o que faz.
“Quanto mais visibilidade nós damos para o esporte, melhor. Esporte é saúde, muda vidas e é algo que, para mim, faz toda a diferença. E hoje poder fazer parte disso, usar meu corpo para mostrar isso, fazer as pessoas levantarem e se mexerem, se sentirem bem, bonita, feliz, é incrível. Quando você sai de casa para fazer coisas assim, você se sente melhor. É muito importante” (Rebeca Andrade, Meio e Mensagem)
Assim como Rebeca Andrade, você, doutor (a), para trabalhar sua imagem e marca pessoal deve comunicar quem é de forma genuína. Para isso, lembre-se quemarca pessoal forte transmite confiabilidade.
Ou seja, você tem de encontrar e extrair o que tem de melhor e mostrar isso de forma genuína. Rebeca faz isso de um jeito único, assim como sabe se comunicar com clareza e se apresentar como a grande ginasta que é com zero de afetação.
Nesse sentido, o comportamento de Rebeca Andrade é inspirador. Ela tanto celebra suas conquistas, quanto expõe algumas vulnerabilidades, como no Mundial de 2021 no Japão, quando optou por não fazer o solo. ” Já tinha conquistado medalhas importantes na Olimpíada, sentia um pouco de dor e sabia que não precisava exigir tanto do meu corpo”, disse em entrevista à Marie Claire.
Ao falar sobre essa desistência, Rebeca Andrade expõe francamente que o atleta é humano como qualquer pessoa, precisa lidar com seus limites físicos e emocionais.
Essa autenticidade talvez seja o que melhor define a marca pessoal de Rebeca Andrade, que recentemente declarou também que treina e compete sem enxergar direito. Ela tem miopia e astigmatismo e optou por não usar lentes de contato nas competições.
Ao realizar as séries com a visão turva, Rebeca consegue lidar com o “medo inexplicável” quando está diante dos equipamentos. Uma atleta que coleciona medalhas olímpicas e em outros campeonatos internacionais, falando sobre como lida com o medo, não é pouca coisa.
“O medo é mais durante o treinamento, de cometer um erro, cair da trave, da paralela e me machucar. Faz tempo que isso não acontece, mas, quando sentia que me incomodava a ponto de me atrapalhar nos treinos, conversava com minha psicóloga e tentava me acalmar. Fazia exercícios de respiração, passava a série na cabeça antes. Hoje em dia tenho muito mais facilidade, respiro fundo e vou” (Rebeca na Marie Claire)
Somos únicos, isso significa que nossas singularidades formam nossa identidade, que inclui nossa história de vida. Nesse ponto, Rebeca Andrade deixa alguns ensinamentos sobre o valor de sua marca e imagem pessoal, começando por sua trajetória de menina pobre, que com o apoio da mãe e da família superou grandes dificuldades para se tornar a ginasta que encanta e inspira o mundo.
Aos 4 anos ela foi pela primeira vez ao ginásio, levada pela tia, logo depois fez um teste e ainda criança começou os treinos. Foi o começo de uma jornada extraordinária, que exigiu sacrifícios, foco e disciplina para se tornar a reconhecida atleta Rebeca Andrade.
No meio do caminho, Rebeca operou o ligamento cruzado do joelho direito em 2015, 2017 e 2019. A cada cirurgia, ficou afastada por oito meses e foi depois desses percalços que alcançou seus marcos históricos e os pódios, o que também faz dela inspiração e exemplo.
Não à toa, Simone Biles, que perdeu o ouro para Rebeca no solo em Paris e conquitou a medalha de prata, a reverenciou, juntamente com Jordan Chiles. A foto desse momento certamente vai entrar para a história das olimpíadas, assim como o pódio que pela primeira vez abrigou três ginastas negras.
Da ex-primeira-dama Michele Obama aos milhões de seguidores de Rebeca Andrade no Instagram, a reverência das duas atletas norte-americanas, com raras exceções, foi motivo de aplausos.
O espírito olímpico em estado puro das três competidoras, revela, também que Rebeca conquistou mais do que as cobiçadas medalhas. Acessível, sorridente e espontânea, ela se comporta como uma grande e vitoriosa atleta, sabe que inspira as pessoas, assim como passa longe de se comportar como uma celebridade.
“Olhando para minha trajetória. Foi um início com dificuldades financeiras, tendo apoio de todas as pessoas. Devo ser realmente boa, porque pessoas ruins não são ajudadas. Sou de coração bom, genuína e grata a todos que passaram pela minha vida. Me inspiro muito em mim” (Rebeca na Marie Claire)
O posicionamento de marca e imagem pessoal constrói autoridade, reputação e traz validação profissional.
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